ESG: palestra leva conhecimento sobre projetos de sustentabilidade

Agência VISIA recebeu a especialista em gestão ambiental, Gabriela Halphen, para falar sobre o tema

ESG: palestra leva conhecimento sobre projetos de sustentabilidade

Certamente, se você ainda não ouviu falar, ouvirá em breve o termo “ESG” sendo pronunciado por aí. Na tradução: “Environmental, social, and corporate governance”, a estratégia ESG envolve a governança ambiental, social e corporativa, e pretende avaliar como uma organização trabalha pensando em objetivos sociais.

Para reforçar a importância do tema, uma das ações do Comitê de Diversidade e Inclusão da VISIA, foi trazer a especialista em gestão ambiental, Gabriela Halphen, para uma palestra cujo assunto foi “ESG: Da Teoria à Prática”.

Confira a nossa entrevista exclusiva com a Gabi Halphen:

VISIA pergunta: Como você começou a trabalhar com essa área de gestão ambiental?

Gabriela Halphen: Sou tecnóloga em gestão ambiental e comecei a atuar fazendo auditoria em QSMS (Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança). Fiz esse curso de auditoria de produtos e processos, meio ambiente, saúde e segurança. Amei essa área e me aprofundei em tecnologias.

VISIA: E como foi a sua experiência até que você chegasse a atuar com ESG, especificamente?

Gabi: Eu me considero uma profissional, de fato, multidisciplinar. Vim de uma área bem técnica e depois ao longo dos anos, fui para o setor mais corporativo e fui me apaixonando pelos temas. Fiquei por muitos anos, 6 anos, auditando setores e cada vez mais gostando de aprender o tema de meio ambiente. No final dessa minha atuação, conheci o processo de eficiência energética e o setor corporativo, que é quando a gente começa a falar de relatórios de sustentabilidade e desempenho de sustentabilidade. Por eu ter muita parte técnica, me dei muito bem com a parte dos índices, a resposta aos investidores, e também aprendi a gostar das normas que têm no nosso setor e como elas são aplicadas.

VISIA: E quais são os três desafios para a evolução do tema ESG hoje?

Gabi: O primeiro é se ter informações balizadas para o setor. Muitos setores não sabem ainda o que eles tem que responder. A gente fala muito da rastreabilidade das informações, é um processo mesmo, às vezes, as empresas que estão começando não sabem que precisam olhar para o consumo de energia. Vejo que, muitas vezes, quando vou aplicar o que os índices pedem, as áreas não estão preparadas.

Outro assunto é a governança como um todo. Hoje, inclusive, é um tema que está muito em alta nos índices: como que a governança de uma empresa está estruturada e como vai se estruturar para atender as demandas dos assuntos mundiais? Porque quando você tem grandes empresas e diversos setores já estruturados, um conselho, um comitê de análise de risco, como você coloca o tema sustentabilidade para estruturas tradicionais?

E, por último, diferenciar boas práticas de responsabilidades de sustentabilidade. Uma coisa é levantar a bandeira, por exemplo, de segunda eu não como carne; uma outra coisa é uma instituição financeira levantar a bandeira de não comer carne de segunda-feira.

VISIA: E no Brasil, existe alguma dificuldade específica para a evolução do tema por aqui?

Gabi: Por que esse tema é mais desenvolvido lá fora do que no Brasil? É por causa da questão da obrigatoriedade legal. Muitos desses temas não tem a questão trabalhista. Como que o Brasil vai começar a ter mecanismos de fiscalização para que isso realmente se torne legal? Apesar que hoje, na parte de meio ambiente, a gente deu um super passo, antes a preocupação era com as licenças ambientais, isso faz com que a gente tenha um código florestal robusto e uma política robusta, mas outros temas ainda deixam a desejar, como a rastreabilidade da cadeia de valor e, até mesmo, a questão da diversidade.

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